segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

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Do luxo ao cárcere: há um mês na Papuda, Luiz Estevão pede para trabalhar em imobiliária

Empresário, dono de construtora, proprietário de inúmeros imóveis e conhecido por esbanjar em festas luxuosas promovidas em sua mansão em Brasília, Luiz Estevão completa um mês preso na Papuda enquanto aguarda autorização para trabalhar em uma imobiliária da capital federal. 

Cumprindo pena pelo crime de falsificação de documentos, o ex-senador quer trabalhar para descontar dias de sua pena e conseguir mais rapidamente a progressão para o regime aberto, que permite a prisão domiciliar. Leia mais notícias de Brasil e Política Conheça as instalações do Centro de Detenção onde Luiz Estevão está preso. 

O pedido está em fase de análise e a Justiça vai primeiro investigar se a empresa que oferece o emprego é idônea e quem será o responsável pela conduta profissional de Luiz Estevão na imobiliária. Depois desse estudo, a VEP-DF (Vara de Execuções Penais do Distrito Federal) vai decidir se o empresário poderá passar o dia fora da prisão, para trabalhar, e retornar no fim do expediente. A Justiça garante que a empresa que ofereceu o emprego não pertence a Luiz Estevão, no entanto, não informa qual o salário oferecido e nem o nome da imobiliária. 

Longe dos presos comuns 
Quando foi preso, em outubro deste ano, Luiz Estevão foi levado para o presídio de Tremembé (SP). Um mês depois, ele conseguiu a transferência para Brasília, onde mora a família dele. Agora, o empresário vai cumprir o restante da pena no Complexo Penitenciário da Papuda, no mesmo bloco onde os condenados do mensalão ficaram presos. 

Apesar de ter sido sentenciado a três anos e seis meses de prisão e do STF (Supremo Tribunal Federal) ter negado todos os recursos, Estevão está preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) – ala reservada para detentos que ainda não foram condenados. No mesmo bloco, fica a ala dos ex-policiais, reservada para presos em situação de vulnerabilidade. 

Com esse isolamento parcial, Luiz Estevão não tem contato com a massa carcerária de presos comuns da Papuda. Mas o empresário milionário precisa dividir a cela com outros presos. Cada espaço tem um chuveiro, uma pia e uma privada – ambiente muito diferente da mansão onde morava com a família no Lago Sul – bairro nobre de Brasília. No entanto, o Centro de Detenção onde Estevão cumpre pena tem algumas vantagens: há o Núcleo de Ensino, onde os presos podem estudar e pegar livros da biblioteca, e o Núcleo de Saúde, com enfermaria e consultório odontológico. Apesar da grande queda no padrão de vida, conhecido em Brasília pelo alto nível de luxo e conforto, Luiz Estevão já conhecia a rotina de um presídio. Essa não é a primeira vez que ele é detido. E é justamente por ser considerado reincidente que mesmo tendo direito ao regime aberto – porque tem pena menor de quatro anos – a Justiça determinou que ele ficasse no semiaberto. 

Histórico 
 Luiz Estevão cumpre pena por ter falsificado documentos no “caso Lalau” – referência ao ex-juiz Nicolau do Santos Neto. O escândalo de corrupção, que desviou dinheiro da construção do prédio que seria nova sede do TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo), veio à tona no final da década de 1990. Luiz Estevão e o juiz Nicolau dos Santos desviaram, por meio da construtora do empresário, R$ 170 milhões (em valores da época) dos cofres públicos. Lalau era o presidente da comissão de licitação que autorizou a obra. 

Caso Lalau: relembre um dos maiores escândalos de corrupção do Brasil antes do mensalão e da Lava Jato 
Em agosto de 2012, Luiz Estevão devolveu R$ 80 milhões do dinheiro desviado, após acordo com a AGU (Advocacia-Geral da União). O restante da dívida, em valores corrigidos, deverá ser pago em 96 parcelas. 

Na ocasião, a defesa do ex-senador comemorou o acordo porque o valor seria insignificante diante do patrimônio de Luiz Estevão. Estevão também entrou para a história como o primeiro senador a ser cassado no Brasil, desde a redemocratização. 

Em junho de 2000, atendendo à orientação do Conselho de Ética após o caso Lalau repercutir em todo o País, o plenário do Senado aprovou a perda de mandato do parlamentar. Apesar de já estar cumprindo pena, o empresário responde a outras 17 ações do Ministério Público Federal que já viraram processos judiciais, segundo informações da Procuradoria da República no Distrito Federal. Fonte: R7

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