segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

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Papa questiona 'exclusão' de divorciados da Igreja e sugere mudanças

O papa Francisco voltou a tratar de assuntos polêmicos dentro da Igreja Católica, como casamento gay, aceitação de fiéis divorciados e a reforma da instituição. 

Em uma entrevista exclusiva ao jornal argentino La Nacion, publicada neste domingo, Jorge Mario Bergoglio esclareceu que o encontro de bispos em que o matrimônio homossexual surgiu como tema não levou a mudanças nas doutrinas da Igreja sobre a união estável. No entanto, para ele, "as coisas precisam mudar". 

Explicando o que foi discutido no Sínodo dos Bispos sobre a família, realizado em outubro, o Papa questionou por que não houve avanços na doutrina dos católicos no que diz respeito ao casamento. 

Para Francisco, pessoas divorciadas e aquelas que se casaram novamente devem passar a ser reintegradas à Igreja — enquanto atualmente parecem ser tratadas como excomungados. 

— Eles não podem ser padrinhos de uma criança batizada e não são contemplados nas nossas missas. Há cerca de sete coisas que eles não podem fazer. É como se tivessem sido excomungados! Precisamos abrir um pouco mais as portas — afirmou o Papa. 

Para Francisco, esses fiéis podem dar o testemunho de reconhecimento de um erro, resistência ao pecado e confiança na fé. Por outro lado, ele contesta que políticos corruptos não sofrem quaisquer penitências dentro da Igreja — podendo participar de batismos e outras oportunidades a que divorciados, por exemplo, não têm direito. 

Casamento gay: fora do sínodo, dentro dos confessionários O Papa deixou claro que a abordagem mais "benevolente" em relação às uniões estáveis, relatada no último sínodo da Igreja, ainda não levou a quaisquer mudanças nos dogmas católicos — e sequer contemplou o casamento gay. 

— Ninguém mencionou o matrimônio homossexual no sínodo, isso sequer passou pelas nossas cabeças. O que fizemos foi falar sobre como uma família com uma criança homossexual deve lidar com isso. Então, falamos sobre os homossexuais em relação às famílias, porque vemos essa realidade a todo momento nos confessionários — garantiu Francisco. 

Ele acrescentou que, mesmo acreditando na mudança, não vê uma reforma na cúria romana até o próximo ano, como se antecipava. Zero Hora

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