sexta-feira, 14 de novembro de 2014

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Aprovação de papa é alta, mas católicos continuam deixando religião, diz estudo

Pouco mais de um ano e meio após sua eleição, a aprovação do papa Francisco é alta em seu continente de origem, a América Latina. Mesmo assim, católicos continuam a deixar a religião – a maioria deles, para se tornar protestante. 

A conclusão é do estudo "Religião na América Latina – Mudanças difundidas em uma região historicamente católica", do instituto americano de pesquisas Pew, que mapeou as práticas religiosas em 18 países da América Latina e do Caribe, exceto Cuba. 

 Os resultados mostram que o número de pessoas que se declaram protestantes continua crescendo em todo o continente e que pessoas criadas no catolicismo vem deixando a religião em favor da fé propagada por igrejas evangélicas.

"Se temos hoje o primeiro papa latino-americano é principalmente por causa da competição pentecostal na América Latina. A Igreja Católica está em uma crise de pânico. Se não conseguirem parar o avanço protestante no continente, que abriga 40% dos católicos do mundo, o futuro da instituição está seriamente ameaçado", disse à BBC Brasil Andrew Chesnut, professor da Virginia Commonwealth University e um dos autores da pesquisa, divulgada nesta quinta-feira.
"O Brasil ainda tem a maior população católica do planeta, mas agora só 61% se dizem católicos. Em 2030, o país já não deverá ter uma maioria católica."
Segundo a BBC Brasil, a aprovação de Francisco entre os católicos é alta: acima dos 70% deles dizem ter uma opinião favorável ao papa em todos os países onde o estudo foi feito. O número passa de 90% em países como Brasil e Colômbia e chega a 98% na Argentina, seu país de origem.
No entanto, o estudo afirma que é cedo para dizer se o papa conseguirá diminuir ou reverter o êxodo de católicos. "O papa Francisco ainda não impressionou a todos", afirma o instituto. "Os ex-católicos são mais céticos a respeito do papa. Em todos os países pesquisados, exceto na Argentina e no Uruguai, pouco menos da metade têm uma opinião favorável a ele e acham que seu papado pode significar mudança na Igreja."
"Eu suspeito que, a longo prazo, Francisco não conseguirá parar esse processo mais longo de pluralidade religiosa. Pesquisas feitas nos Estados Unidos já mostraram que, mesmo dizendo que amam o papa, os católicos não estão indo mais à missa. Se eles não se tornarem mais ativos, (gostar do papa) não significa nada para a Igreja", afirma Chesnut.
No Brasil, apenas 37% dos católicos afirmam que vão à igreja ao menos uma vez por semana, contra 76% dos protestantes. Na Argentina, terra natal de Francisco, o número cai para 15% e chega a apenas 9% no Uruguai.
O estudo indica que, além do crescimento do número de protestantes, o número de pessoas que abriram mão de qualquer filiação com uma religião organizada também aumentou na região.
A categoria, na qual estão 8% dos entrevistados na pesquisa, inclui pessoas que se descrevem como ateus, agnósticos ou sem religião. No Brasil, a porcentagem é a mesma.
O Instituto Pew é um dos mais respeitados órgãos de pesquisa independentes dos Estados Unidos. O levantamento se baseia em mais de 30 mil entrevistas realizadas entre outubro de 2013 e fevereiro de 2014 em espanhol, português e guarani.
'Ênfase na moralidade'
Atualmente, 69% dos latino-americanos se identificam como católicos, apesar de 84% afirmarem ter sido criados na religião. No Brasil, uma em cada cinco pessoas é ex-católica, segundo o Instituto Pew.
De acordo com o estudo, a maioria deles parece estar migrando para as religiões protestantes, especialmente as pentecostais e neopentecostais – como a Igreja Universal do Reino de Deus e a Renascer em Cristo. No Brasil, 54% dos atuais protestantes dizem ter sido criados como católicos. A taxa chega a 76% na Colômbia.
Perguntados a respeito das razões para a conversão, a maioria dos entrevistados afirmou que buscava "uma conexão mais pessoal com Deus". Das oito opções de resposta disponíveis, a segunda mais escolhida dizia que os fiéis "gostam mais do estilo de culto da nova igreja", a terceira, que "encontraram uma igreja que ajuda mais seus membros" e a quarta, que "queriam uma ênfase maior em moralidade".
"De um modo geral, igrejas pentecostais atraem pessoas que já têm atitudes mais conservadoras. Elas costumam ser reforçadas e até mesmo intensificadas dentro das congregações. Mesmo assim, é importante lembrar que há muita diversidade entre as denominações pentecostais. A Igreja Universal do Reino de Deus, por exemplo, apoiou Dilma em sua reeleição", diz Chesnut.
A pesquisa afirma que mais protestantes do que católicos latino-americanos se opõem a questões como aborto e casamento gay. A diferença entre eles é pequena na maioria dos países, sobretudo em relação ao aborto.
No Brasil, a maioria dos católicos também se coloca a favor de mudanças em tradições católicas como o celibato dos padres e a proibição de que mulheres se tornem sacerdotes.
Influência pentecostal
A tentativa de tornar os rituais católicos mais atraentes e evitar a perda de fiéis também impulsionou o crescimento da corrente Renovação Carismática entre os católicos. Padres e fiéis ligados ao movimento incorporam às celebrações católicas elementos de cultos pentecostais, como música, dança, pregações contundentes e rituais de exorcismo.
"Em todos os países pesquisados, os carismáticos são grande parte da população católica. E em alguns países – Panamá, Brasil, Honduras, República Dominicana e El Salvador –, pelo menos metade dos católicos dizem ser carismáticos", afirma o estudo.
Para Andrew Chesnut, padres "superstar" brasileiros, como Marcelo Rossi e Fábio de Melo, são expoentes do poder carismático dentro da Igreja católica latina. Pelo menos 58% dos católicos brasileiros se dizem carismáticos. "Há equivalentes ao padre Marcelo Rossi em quase todos os países latino-americanos, mas nenhum é tão superstar quanto ele", diz.
"Sem o crescimento pentecostal, não haveria carismáticos ou Marcelo Rossi. É uma reação católica a esse crescimento."
A prática do exorcismo, que havia se tornado rara dentro do catolicismo, também voltou à tona por influência das igrejas neopentecostais, de acordo com o pesquisador.
"No Brasil, o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, foi o pioneiro em fazer exorcismos públicos e espetaculares, e outros o seguiram. Agora, há todo tipo de exorcismos não autorizados sendo feitos na Igreja Católica. Normalmente seria necessária a autorização de um bispo, mas entre os carismáticos há muitas mulheres leigas fazendo isso", afirma.

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Um comentário:

  1. HÁ ALGUNS ANOS ATRÁS, O CATOLICISMO PROIBIA O FIÉIS A LEREM A BIBLIA, SÓ OS CORONÉIS E OS QUE TINHAM DINHEIRO É QUEM TINHA O PRIVILÉGIO DE LER.....COM O PASSAR DOS ANOS, SURGIRAM OS CRENTES, APESAR DE MUITAS PERSEGUIÇÕES,MUITOS PASTORES FORAM MORTOS E JOGADOS NO MAR, MUITAS IGREJAS FORAM DESTRUÍDAS PELO CATOLICISMO, QUEM LER O RELATO DOS TRABALHOS DE FREI DAMIÃO, VAI PERCEBER QUE ELE DESTRUIU MUITAS IGREJAS DE CRENTES,MANDOU DAR SURRAS EM MUITOS PASTORES, CHAMAVA DE HEREGES,E MUITAS OUTRAS PERSEGUIÇÕES FORAM LEVANTADAS PARA QUERER PARAR O TRABALHO DOS PASTORES, MAS DEUS, QUE É MISERICORDIOSO,FEZ COM QUE ESSA OBRA NUNCA PARASSE, QUANTO MAIS PERSEGUIÇÃO, MAIS HOMENS DE DEUS CHEGAVAM PARA CONTINUAR A MOSTRAR A VERDADE E PARA QUE O POVO SAÍSSE DA RELIGIÃO E SE REENCONTRASSE COM JESUS QUE É O CAMINHO , A VERDADE E A VIDA. OS PASTORES AUTÊNTICOS NÃO PREGAM, RELIGIÃO E SIM A PORTA DE ESCAPE E DE SALVAÇÃO QUE É JESUS. DESEJAMOS QUE O POVO LEIAM A BIBLIA E QUE SAIAM DO ENSINO FALSO , QUE SAIM URGENTE DA RELIGIOSIDADE QUE É UMA BARCA FURADA E QUE SÓ JESUS É A SAÍDA E A SALVAÇÃO PARA AQUELES QUE CREEM EQUE SÃO FIEIS.

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