quarta-feira, 26 de novembro de 2014

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Atlético-MG vence Cruzeiro no Mineirão e conquista título inédito da Copa do Brasil

 Eugenio Savio/AP

Mais do que o simples título da Copa do Brasil, mais que a primeira decisão nacional entre arquirrivais. Quem mora em Minas Gerais pode afirmar com propriedade que a final entre Cruzeiro e Atlético-MG era muito maior que isso. 

Era um atestado de soberania. E, em um Mineirão tomado por torcedores celestes, a minoria alvinegra prevaleceu. Na primeira vez em que os gigantes de Belo Horizonte transformaram a cidade na capital do futebol brasileiro, o Atlético-MG venceu por 1 a 0 e faturou sua inédita Copa do Brasil. De quebra, carimbou a faixa de campeão nacional do Cruzeiro e impediu que o rival repetisse 2003, ano em que conquistou a tríplice coroa. Diego Tardelli fez o gol do título. Seu primeiro e único na competição. O de número 110 com a camisa atleticana. 

Apenas uma cereja no bolo depois da vitória por 2 a 0 na partida de ida da última semana, realizada no estádio Independência. O troféu assegura o Atlético-MG na próxima edição da Copa Libertadores. Será a terceira vez seguida que a equipe estará na disputa da qual saiu vencedor no ano passado. O Cruzeiro também estará no torneio continental em 2015 na condição de atual campeão brasileiro. 

Vontade demais, futebol de menos 
 Treze faltas. Apenas quatro chances claras de gol – três delas atleticanas. Não dá para dizer que as estatísticas dos primeiros 45 minutos da decisão surpreendem dada a rivalidade entre Cruzeiro e Atlético-MG. Mas quem esperava ver a equipe celeste em cima do rival em um Mineirão quase totalmente azul se decepcionou. Pelo contrário, pareciam ser os alvinegros os que tinham que reverter a desvantagem de dois gols. Divididas duras e chutões para os dois lados ditaram o ritmo da etapa inicial. 

Com a bola no pé, o Atlético-MG parecia estar em casa. Desorganizado como raramente se viu no Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro só conseguiu chegar cara a cara com Victor uma vez, em falha da defesa atleticana. Mesmo assim, Ricardo Goulart, aos 15 minutos, falhou de forma que não está acostumado. Já os atleticanos abusaram do direito de perder suas oportunidades. Na base dos contra-ataques, Marcos Rocha e Maicossuel exigiram grandes defesas de Fábio, aos 12 e 42 minutos, respectivamente. Em outra chance, após cruzamento da esquerda aos 24, Diego Tardelli tirou o que seria gol certo do zagueiro Jémerson na pequena área. 

Moreno e Ceará erram feio e Tardelli não perdoa 
Se algum time tivesse que abrir o placar no primeiro tempo, mais justo seria que o gol saísse para o Atlético-MG. E assim foi, com uma ajuda considerável da defesa do Cruzeiro. Aos 47 minutos, Marcelo Moreno e Ceará tornaram a vida de Diego Tardelli mais fácil. Após escanteio cobrado por Dátolo, Moreno mergulhou para afastar o perigo. A bola voltou para os pés do argentino que cruzou novamente. 

O atacante e o lateral cruzeirenses demoraram a sair e atrapalharam a linha de impedimento formada pelo restante da zaga. Tardelli ficou livre na pequena área e, condição legal, não perdoou de cabeça: 1 a 0 Atlético-MG. 

Poder de reação? 
A grande marca do Cruzeiro em jogos recentes foi o poder de reação. Prestes a ser eliminado pelo Santos quando perdia por 3 a 1 na semifinal da Copa do Brasil, correu até empatar. No Brasileirão, virou partida complicada contra o Grêmio e encaminhou seu título. Diante de ambos, ressurgiu no primeiro tempo. 

Mas Levir Culpi armou bem o Atlético-MG, que jogava de forma inteligente. Na base do contra-ataque, os alvinegros estiveram mais perto de ampliar o placar do que de sofrer o gol. Aos 6 minutos, Maicossuel errou cabeçada literalmente ao lado da trave de Fábio. Aos 31, Dátolo cobrou falta com força e carimbou o travessão. A melhor oportunidade cruzeirense veio quando a bola sobrou nos pés de Ricardo Goulart aos 17. O atacante bateu na rede, pelo lado de fora. Muito pouco para um time que precisava de quatro gols. 

Expulsão e “é campeão” 
A enorme vantagem atleticana poderia indicar que os minutos finais da decisão seriam mornos. Faltou avisar o Leandro Donizete. Aos 39, o meio-campista entrou duro em Dagoberto e foi expulso pelo árbitro Luiz Flávio de Oliveira. Contrariado, ainda empurrou o atacante cruzeirense pela cabeça. Foi a deixa para o princípio de confusão, que exigiu até a entrada da Polícia Militar em campo. 

Nas arquibancadas, torcedores do Atlético-MG já entoavam o tradicional grito “é campeão”. A maioria do Cruzeiro se dividiu entre deixar o Mineirão e rebater com cantos de “tetracampeão”, em alusão ao recém-conquistado Brasileirão.

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