quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

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Mais de 200 jornalistas estão presos em todo o mundo, denuncia CPJ

Em relatório divulgado na tarde dessa quarta-feira, 17, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) registrou que 220 jornalistas estão detidos em algum lugar do planeta. A China surge no topo da lista, sendo responsável por 44 prisões. Na sequência, o Irã aparece com 32. 

O Brasil não figura no estudo -- o que, segundo a entidade, representa nenhuma detenção de agentes da comunicação. Editora do CPJ, Shazdeh Omari lembra que, no ano passado, houve troca de comando na dupla de nações que soma o maior número de jornalistas mantidos em cárcere. As alterações no poder não resultaram na liberdade de imprensa. 

"Juntos, China e Irã estão mantendo presos um terço dos jornalistas aprisionados no mundo todo, apesar das especulações de que os novos líderes que assumiram o poder em ambos os países em 2013 poderiam implementar algumas reformas liberais". 

O estudo do CPJ destaca que o número apresentado neste ano representa o segundo pior desde que a organização passou a mensurar a quantidade de jornalistas aprisionados pelo mundo, a primeira versão foi feita em 1990. 

O levantamento de 2014 só não é pior do que o de 2012, quando, no momento da divulgação da análise da entidade internacional, 232 profissionais da imprensa estavam presos - com a Turquia responsável por 49 das detenções. 

Além de China e Irã, os outros países que estão entre os 10 primeiros em número de jornalistas detidos são: Eritreia (23), Etiópia (17), Vietnã (16), Síria (12), Egito (12), Myanmar (10), Azerbaijão (9) e Turquia (7). Na América Latina, Cuba e México são os dois únicos países que aparecem na lista, com uma prisão cada. 
Um manifestante egípcio pede a libertação do fotógrafo freelance Mahmoud Abou Zeid, também conhecido como Shawkan, que está preso desde agosto de 2013 (AP/Amr Nabil)

Assim como o Brasil, nenhum outro Estado sul-americano aparece no estudo - repetindo o feito do último ano. Os números referentes às nações americanas chamou a atenção da editora do CPJ. 


"Nos últimos anos, prisões de jornalistas nas Américas têm se tornado cada vez mais raras, com apenas um caso documentado em 2012 e outro em 2013 [nos Estados Unidos]. Este ano, a região tem duas: um blogueiro cubano foi condenado a cinco anos de prisão, em retaliação por seu blog crítico, e no México um jornalista independente e ativista de causas maias foi acusado de sedição [revolta, perturbação]", avalia Shazdeh. Além da situação de jornalistas nas Américas, a representante do Comitê para a Proteção dos Jornalistas destaca mais sete pontos em relação ao levantamento de 2014. 

Confira:

 Os 220 jornalistas presos em todo o mundo mostram um aumento relativamente aos 211 casos que o CPJ documentou em 2013. O número de 2014 é o segundo mais elevado, atrás apenas de 2012, quando o CPJ documentou 232 jornalistas presos em relação ao seu trabalho.

 Em todo o mundo, 132 jornalistas, ou 60 por cento, foram presos sob a acusação de desenvolver atividades anti-Estado, como subversão ou terrorismo. Esse número é muito maior do que qualquer outro tipo de acusação, como difamação ou insulto, mas praticamente em linha com a proporção de acusações de atividades anti-Estado observada em anos anteriores. 

Vinte por cento, ou 45, dos jornalistas presos em todo o mundo estavam detidos sem acusação divulgada. 

Jornalistas online corresponderam a mais da metade, ou 119, dos jornalistas presos. 

Oitenta e três trabalhavam na mídia impressa, 15 em rádio, e 14 na televisão. >>Cerca de um terço, ou 67, dos jornalistas presos em todo o mundo, eram freelances, a mesma proporção de 2013.

O número de presos aumentou na Eritreia, Etiópia, China, Bangladesh, Tailândia, Azerbaijão, Bahrein, Egito, Israel e Territórios Ocupados da Palestina, e na Arábia Saudita. 

>>Os países que apareceram no censo de 2014, após não registrarem qualquer prisão de jornalista na pesquisa de 2013, foram: Camarões, Suazilândia, México, Cuba, Myanmar e Belarus.



Um manifestante egípcio pede a libertação do fotógrafo freelance Mahmoud Abou Zeid, também conhecido como Shawkan, que está preso desde agosto de 2013 (AP/Amr Nabil)

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