Dessa carne eu comerei... Matadouro Público de Caicó continua um caos

Seguindo orientação (denúncias) de boa parte do público que acessa o nosso portal de notícias, tivemos tivemos nesse final de semana a oportunidade de visitar o Matadouro Público da cidade de Caicó, que fica localizado na área oeste da cidade, e para a nossa surpresa, tudo continua como antes... ou pior, ou seja, sem os mínimos critérios técnicos para uma boa higienização da carne consumida na cidade de caicó.

Abandonado pelo poder público municipal? Não sei, contudo ha uma nociva falha quanto o corte da carne de animais ali abatidos, exatamente por infringir normas da vigilância sanitária.

Fiscalização :

Segundo alguns magarefes (trabalhadores do matadouro), pude saber que fiscais do Idema e Vigilância Sanitária, dificilmente vão ao local, e quando vão nada resolvem, inclusive agentes do ministério do trabalho estiveram no matadouro na última quarta feira, porém, coincidentemente é o único dia da semana que o prédio fica fechado.

Em meio a tantas exigências e a ausência da competência pública, quem sofre são os trabalhadores que fazem o abate e o corte dos animais, segundo eles, há alguns dias foram obrigados a se submeterem a exames de saúde, deixaram de trabalhar para ficar em filas da secretaria de saúde... "fiz os exames contra a minha vontade, porque ao invés de eles se preocuparem só com a gente num vão construir um matadouro descente, com mais higienização, já que o grande problema aqui não são os trabalhadores, mas sim o ambiente o qual trabalhamos", disse um dos trabalhadores.

Deficiências:

Ausência de câmara fria (ambiente climatizado para acomodação da carne) - falta de veículo climatizado para o transporte e acomodação da carne - tempo de permanência da carne já cortada no matadouro excede tempo mínimo exigido em lei - carros-de-mão para o transporte da carne (de dentro para fora do prédio); acreditem, estão tomados pelo ferrugem; sem falar que de três unidades existentes no local apenas um funciona, e outro ponto considerado polêmico (aliás, o mais polêmico) pelos magarefes é a forma e o ambiente onde os animais são tratados... no chão, sem as mínimas condições de higiene, aliás, de tudo se faz para que o corte da carne seja sempre feito em cima do couro do animal, mesmo assim pode haver interferências externas (transportadas pelo próprio ar-ambiente), incidindo o risco de doenças infectocontagiosas.

Por outro lado, funcionários da prefeitura alegam que os marchantes, ou os proprietários da carne, a transportam de maneira irregular, ou seja, mesmo que o modo operante do matadouro público fosse o mais moderno, de nada serviria, tendo em vista a falta de consciência dos próprios comerciantes, que insistem em fazer o transporte da carne em carros abertos, como foram flagrados pelo blog, ainda sim, em carrocerias de madeira, em meio a poeira e uma total falta de higienização, potencializando mais ainda a facilitação a contaminação da carne.

Enquanto órgãos da justiça se voltam à resolução de questões econômicas do país, o matadouro que é um problema de saúde pública, fica à deriva, mesmo sabendo-se que isso pode levar a situações desastrosas em pequeno espaço de tempo, e quem vai pagar a conta? novamente o poder público, que terá hospitais lotados em face da omissão de órgãos que poderiam ter agido em tempo hábil e assim não o fizeram.