sábado, 13 de dezembro de 2014

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AQUECIMENTO GLOBAL: Países não chegam a acordo sobre o clima em conferência da ONU

Países como Índia e Brasil tentam fazer prevalecer princípio segundo o qual nações historicamente poluidoras devem arcar com principais custos para o combate ao aquecimento global 

O evento estava programado para ser encerrado na sexta-feira (12). Mas, como já é de praxe em reuniões sobre o tema, os países participantes da 20ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP20) não chegaram um consenso até este sábado (13), após quase duas semanas de discussões em Lima, no Peru. 

Desde o dia 1º de dezembro, representantes de 195 países estão reunidos na capital peruana para a negociação de um novo acordo para combater o aquecimento global, cujas consequências vêm sendo há anos alardeada por cientistas, embora pouco tenha sido feito para impedi-las. 

O objetivo da conferência é definir compromissos para serem assinados pelas nações participantes em Paris, na França, em nova conferência no ano que vem. Na sexta-feira (12), o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, fez forte discurso conclamando os países emergentes a aceitarem um pacote global de redução de emissões, enfatizando que o mundo se encaminha para uma "tragédia climática". 

Entretanto, os mais eminentes emergentes – China, Índia e Brasil – discordaram de sua opinião, justificando que nações já desenvolvidas, como os EUA, são poluidoras históricas devido a um processo de industrialização pelo qual seus países ainda passam.

Dois pesos, duas medidas 
O argumento se foca em um princípio chamado "responsabilidades diferenciadas", estabelecido em um acordo assinado em conferência da ONU realizada no Rio de Janeiro 22 anos atrás, na ECO-92. Segundo o acordado, países mais desenvolvidos têm o dever de arcar com a maior parte dos custos de combate ao aquecimento global por serem os historicamente os maiores poluidores do planeta. 

"Não estamos aqui para reescrever o acordo", afirmou à BBC o negociador-chefe do Brasil na COP 20, Antonio Marcondes de Carvalho, que viu os acordos ficarem mais distantes após muitos países solicitarem a mudança ao texto original, que previa o maior peso do combate às nações ricas. Ainda segundo a proposta defendida pelo Brasil, nações mais economicamente vulneráveis ficariam em um nível que não exigiria grandes ações, repassadas de forma consistente aos países desenvolvidos. 

"Somos a favor da transparência na discussão das propostas nacionais, mas não acreditamos que uma revisão das metas seja algo necessário", continuou Marcondes, representante do Brasil, o 12º maior poluidor do planeta em 2013, segundo a ONU, responsável pela emissão de 482 bilhões de toneladas de gases-estufa ao longo do ano. 

Outros países a fazer forte oposição ao favorecimento às nações desenvolvidas são Índia, terceiro maior poluidor do mundo, e Rússia, que ocupa a quarta posição. Já a China supera os próprios EUA, o vice, no quesito poluição, ocupando a primeira colocação. Fonte: iG com informações da BBC

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